Após concluir a faculdade de medicina, muitos dos estudantes ainda têm dúvidas sobre a residência médica. Afinal, é um passo muito significativo na vida dos recém-formados, uma vez que terão que escolher uma área dentre tantas outras para se especializarem.
É importante lembrar que a residência médica não é obrigatória, caso escolha não fazer, poderá atuar como médico generalista em consultórios, hospitais e demais instituições de saúde.
Assim, o objetivo deste artigo é tratar dos seguintes pontos:
O que é residência médica?
Onde fazer a residência médica
Quais são as especialidades mais procuradas? e as menos procuradas?
Residência médica x especialização
Como ingressar na residência médica
O que é residência médica?
A residência médica funciona como uma pós-graduação, porque pode ser cursada apenas por aqueles que concluíram o curso de medicina. Desse modo, o recém-formado escolhe a área da medicina em que deseja se tornar especialista. Visto que, ao concluir o curso de medicina é chamado de médico clínico geral, mas o termo correto é médico generalista.
Normalmente, a residência médica tem duração de dois anos, com 60 horas semanais, no máximo. Mas, em alguns casos, como a residência médica em Neurocirurgia, pode ultrapassar o período de dois anos e chegar até cinco anos. Além disso, o estudante tem direito a 30 dias de férias anuais.
Um médico especialista qualificado na área é responsável por supervisionar e orientar os residentes. O período na residência é 80% prático e 20% teórico, pois o objetivo é aperfeiçoar os conhecimentos dos recém-formados. As avaliações podem ser por desempenho, de forma oral ou escrita.
Onde fazer a residência médica
De acordo com as notas de corte, vagas e reconhecimento, a seguir, listamos as melhores instituições para cursar a residência em medicina:
A residência da USP (Universidade de São Paulo);
A residência do Hospital Sírio-Libanês;
A residência da UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro);
A residência da SESAB (Secretaria de Saúde do Estado da Bahia);
A residência da FIOCRUZ (Fundação Oswaldo Cruz);
A residência da UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas);
A residência da HUB/UnB (Universidade de Brasília);
A residência da UFPR (Universidade Federal do Paraná);
A residência da UFU (Universidade Federal de Uberlândia);
A residência da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul);
Vale ressaltar que o número de vagas de residência médica é menor que o número de estudantes formados em medicina. Por conta disso, a concorrência é bastante alta.
Quais são as especialidades mais procuradas? e as menos procuradas?
Na atualidade, o Brasil possui 55 especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina.
As especialidades da residência médica mais procuradas no Brasil são: clínica médica, pediatria, cirurgia geral, cardiologia, oftalmologia, anestesiologia, medicina do trabalho, ginecologia e ortopedia. Todavia, as especialidades menos procuradas são: radioterapia, genética, angiologia, medicina legal e medicina nuclear.
Residência médica x especialização
Será que residência médica e especialização são sinônimos? Afinal é muito fácil confundir os termos. A resposta para a pergunta é não. Trata-se de cursos diferentes.
Enquanto a residência médica dura, no mínimo, dois anos. A especialização tem duração mais curta, normalmente de 360 horas. Devido a sua duração, ela é escolhida por muitos profissionais que não dispõem de tanto tempo para dedicar aos estudos.
Os cursos de especialização são pagos pelo próprio estudante, todavia na residência médica o estudante é pago para estudar. Finalmente, vamos falar sobre como você pode ingressar na residência médica.
Como ingressar na residência médica
Geralmente, para ingressar numa residência médica, o estudante participa de um processo seletivo composto por três etapas.
A primeira etapa do processo seletivo para a residência médica é composta por uma prova teórica, que aborda os assuntos mais gerais da medicina e tem maior peso que as outras etapas, sendo de 50% ou mais.
A segunda etapa é composta por análise do currículo do estudante, em que as monitorias, os estágios extracurriculares, as participações em eventos científicos e atividades relacionadas contam muitos pontos.
A terceira e última etapa é composta por uma entrevista com o estudante para conhecer suas aspirações.
Porém, em alguns processos seletivos, existe uma etapa prática. Em outros, existe apenas uma etapa, a prova teórica. Por isso, é importante ficar por dentro da forma que a instituição desejada realiza o processo seletivo, basta consultar o edital.
Quanto custa uma residência médica?
A grande vantagem da residência médica é ser livre de taxas, matrículas e mensalidades. Normalmente, o estudante recebe uma bolsa mensal de R$ 3.330,43. Entretanto, algumas instituições oferecem um valor maior.
Outra informação muito importante é que o médico residente pertence ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), logo contribui de forma obrigatória para o INSS. A contribuição mensal é de 11%. A categoria é filiada à categoria dos profissionais autônomos, liberais e empresários da Previdência Social.
Residência médica com acesso direto e com pré-requisito
A residência médica com acesso direto, conhecida como R1, é aquela em que o médico residente não precisa ter outras especializações para ingressar. São exemplos de R1, pediatria e oftalmologia. Estas, são, justamente, as mais concorridas pois não possuem pré-requisitos.
Já a residência médica com pré-requisito, conhecida como R3, como o próprio nome já diz, pode ser cursada apenas por quem possui outra especialização, que pode ser em cirurgia geral, pediatria e clínica médica. São exemplos de R3, endoscopia, cirurgia plástica e reumatologia.
Da mesma forma que foi necessário esforço e dedicação para ingressar na faculdade de medicina, para ingressar na residência médica também é fundamental priorizar os estudos. Como dito anteriormente, o número de vagas é limitado, se compararmos com a quantidade de alunos que se formam em medicina a cada ano.
A escolha pela especialidade da residência médica deve acontecer com base em critérios de afinidade do estudante com determinada especialidade, jamais por conta da concorrência. Então, tenha muito cuidado!
